sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Cárcere




O desejo dos céus, do amor, dos amores... ...a noção do limite é desnecessária.
Questão de merecimento?
Eu sou meu próprio juiz, decreto minha própria sentença. Construo o presídio, as grades e me deito em um colchão amparado ao chão, esperando, talvez, uma visita.
Quanto tempo será minha pena? Não sei, preciso pensar...

Um comentário:

  1. (...) Minha inteligência tornou-se um coração cheio de pavor,
    E é com minhas idéias que tremo, com a minha consciência de mim.
    Com a substância essencial do meu ser abstrato
    Que sufoco de incompreensível,
    Que me esmago de ultratranscendente,
    E deste medo, desta angústia, deste perigo do ultra-ser,
    Não se pode fugir, não se pode fugir, não se pode fugir!

    Cárcere do Ser, não há libertação de ti?
    Cárcere de pensar, não há libertação de ti?

    (...)
    Fernando Pessoa, in Álvaro de Campos

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